quarta-feira, 8 de junho de 2011

A CEGUEIRA COMPARATIVA DO HOMEM

Eu acabei de pensar aqui em como eu e você somos pessoas de extrema sorte… Todo mundo que consegue chegar até essa página pra ler, aprender e participar dessa reunião em torno da discussão por um mundo melhor deveria agradecer a Deus todos os dias de suas vidas. Passamos muito tempo perdendo a nós mesmos nos assuntos mais superficiais do cotidiano, reclamando de algumas coisas, fazendo uma terrível tempestade, e a pergunta que me vem à cabeça é o porquê disso.

Por Que Tanta Tempestade Entre Nossos Pensamentos?

Meditando sobre o assunto, uma hipótese que me parece plausível é uma falha na maneira como fomos educados a pensar. Sério, quantas vezes você não discutiu com alguém muito querido, ou de quem precisava. Quantas vezes você não recriminou até mesmo um amigo? Quantas vezes você não falhou na maneira como tratar seus próprios pais? Quantas vezes você não imaginou em como seus filhos são irresponsáveis?

http://espalheoamor.com.br/a-cegueira-comparativa-do-homem/
Eu não posso dizer por todos, mas esses são pensamentos que me invadiam a mente, o tempo todo. Acredite, eu já perdi horas de sono, dias em preocupações, e descobri que todas eram simplesmente infundadas. Eu me explico.

Nós Sustentamos Uma Ilusão Que Se Fez Completamente Real

Quando comecei a me dar conta do que estava acontecendo comigo, entrei em uma espiral de auto-questionamento. Assim, como acontece com todo mundo. Você também já passou por isso. No meu caso, essa sequência foi bem intensa. Eu quase fiquei louco. Ou fiquei, sei lá. Sempre tive uma vida financeira bastante boa. Tenho uma posição privilegiada, profissionalmente falando. Tenho pessoas maravilhosas à minha volta. Vivo no mundo das possibilidades, e mesmo assim, estava vivendo como se estivesse em uma profunda tensão o tempo todo.
O maior problema desta tensão permanente não era saber da tensão em si, mas acreditar profundamente que esta tensão fosse inexistente. Eu sempre aparentei muita calma e paciência. Sempre fui tido como uma pessoa que é colaborativa. Sempre fui muito passional em meus afazeres, e acredito que você também seja visto como alguém muito querido pelos seus amigos e familiares.

Revelemos a Face Verdadeira de Quem Somos

Em um dado momento da minha vida, eu comecei gradualmente a me perceber internamente insatisfeito com tudo que estava à minha volta. Nós dependemos do mundo tanto quanto o mundo depende da gente, você sabe. Sem ação, não existe evolução. Mas minha dependência do mundo, e a dependência do mundo pela minha pessoa “tinha” que ser como eu pensava que deveria ser.
Não é fácil explicar o que aconteceu comigo, porque também sempre fui visto como alguém de atitude positiva. Por ser um construtivista, sempre tive pra mim o que de melhor o destino me reservava. Mas parecia que algo que precisava existir simplesmente não estava lá pra que eu percebesse.

A Lógica Impressa Por Trás Dos Seus Sentimentos Mais Profundos

O que descobri, meditando e me questionando continuamente, é que eu precisava entender de onde vinham certos sentimentos que eu sabia que destruiriam o meu corpo. Coisas como raiva, angústia, mágoa, rancor… Esse tipo de sentimento, mesmo que momentâneo, começou a ser alvo de minhas observações mais astutas. Comecei a usá-los como um “termômetro”, ou um “estetoscópio”, se você me permite. Eles eram sintomas do que eu mesmo tinha produzido pra mim. Sendo assim, ao invés de simplesmente reagir aos sentimentos que considerava ruins, eu queria saber “os porquês” dos sentimentos terem sido despertos.
No fim das contas, descobri que temos uma “razão profunda” que ativa os nossos melhores, e também os piores sentimentos e atitudes. Eles são bem diferentes das razões superficiais: você vai à padaria porque precisa tomar seu café da manhã, por exemplo. Mas enquanto isso, existem razões bem arraigadas nas nossas personalidades, que formam o nosso caráter. São as razões pelas quais vivemos, de fato.
Quando descobri as minhas razões profundas, percebi que eu tinha poder completo para acessar o meu “eu verdadeiro”, ou a pessoa que eu realmente sabia insintivamente que era. Ela estava muito escondida, debaixo de um mundo de razões superficiais e impróprias. A maior das que eu descobri, revelo a seguir.

A “Cegueira Comparativa” Paira Nos Nossos Corações

Um dos maiores problemas que descobri, e do qual passei a ensinar muitas outras pessoas a se livrar, é o que eu chamo aqui de “cegueira comparativa”. Isto é, nós estamos “presos” ao que tratamos como nossos melhores referenciais. Se algo que nos acontece está fora destes referenciais de como a realidade deve ser, nós temos reações emocionais, muitas vezes crônicas e até mesmo agudas. Reformulando: quando comparamos o que DEVERIA acontecer ao que REALMENTE aconteceu, certos sentimentos são disparados. Quando são desagradáveis demais ou muito frequentes, pode ser que algum referencial precise ser trabalhado.
Esses referenciais adquiridos nos causam muito desconforto durante a nossa vida. O que temos que observar não é se esses referenciais estão certos ou não, do ponto de vista do senso comum. Temos antes que nos perguntar se estes referenciais nos fazem pessoas mais felizes e completas. Temos que estar atentos a referenciais renovados, melhores do que os anteriores. Precisamos retrabalhar nossas estruturas de julgamento do que é bom, para que possamos gozar de uma vida verdadeiramente satisfatória, e não apenas superficialmente satisfatória. Isto é um excercício incansável de renovação da sua consciência. O que eu posso garantir é que ele é realmente libertador.

Aniquilando Totalmente Seus Inimigos Interiores

Quando nós conseguimos provar para nós mesmos que um desses referenciais não nos serve como deveria servir, ele se torna instantaneamente nosso maior adversário, e muito frágil ao ser revelado. Ao ser visto como um adversário, passamos a não gostar dele. Escolhemos liberá-lo, e ele simplesmente SOME. É impressionante a transformação que pode ser desencadeada por conta de um único referencial retrabalhado.
Graças a Deus, já vi verdadeiras transformações de comportamento em questão de alguns minutos, e agradeço mais ainda por ter tido a sorte de ter atuado a favor de algumas destas transformações. Tenho certeza de que você também já teve essa sorte. É aquele “clique” que acontece, muito raramente pra alguns, e com mais frequência pra outros.
Eu mesmo já tive vários, inúmeros momentos de catarse e de transformação. Sim, é possível uma transformação pessoal, e é fácil. Basta escolher fazer e manter-se firme, implacável e atento aos sinais que seus próprios sentimentos te dão. Não questione o que está fora de você. Questione o que está dentro, antes. Assim, você pode atuar melhor para questionar e mudar o que se encontra do lado de fora. Espero, sinceramente que este texto tenha utilidade real na sua vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Como a cultura organizacional afeta seu crescimento profissional

Como a cultura da empresa afeta seu crescimento profissional? "Cada empresa está baseada em um tipo de cultura organizacional e...