Artigo de Vânia Faria
Hoje vou falar sobre competências, porém não as organizacionais, e sim sobre as competências pessoais. Aquelas que você recebeu no momento em que sua mãe lhe deu a luz e estão aí com você até hoje.Os astrólogos dizem que o céu do momento do nascimento registrou que tipo de habilidades foram adquiridas por você. A origem de como você nasceu como você é, na verdade, é o que menos importa. O que é certo é que estas habilidades o fizeram um ser diferente, único, apropriado às experiências que precisará viver para evoluir enquanto ser humano e enquanto espírito.
Veja quanta coisa única você tem: os olhos, as digitais, a voz, as feições faciais, o código genético, o jeito de andar, o jeito de falar, o jeito de pensar, de se expressar, enfim, poderia escrever aqui duas páginas inteiras, com as coisas únicas que você possui, e que o fizeram único, exclusivo, diferente, especial…
Penso que assim como todas essas características diferentes, você também tem um conjunto de ferramentas comportamentais pessoais que fazem de você um talento inigualável, e que ao conhecê-las e aprender a utilizá-las positivamente, você naturalmente será visto como um talento para alguma coisa (ou algumas coisas).
E quantas pessoas passam a vida sem saber disto, que existem ferramentas poderosas dentro delas, não conseguem perceber que essas características estão dentro de si, e portanto, passam toda a vida tentando copiar os outros?
Não é pra copiar. Eu penso… É pra ser você mesmo!
É pra liberar a autenticidade que existe em você. É pra usar isto para
se realizar pessoalmente e também para ter seu papel e contribuição no
mundo, fazendo aquilo que você sabe fazer naturalmente, sem esforço. E
não precisou de professor. Talvez no máximo um facilitador, um terapeuta
ou coach… para ajudá-lo a puxar esses dons que estão aí dentro de si.
O
autoconhecimento é um processo que deve ser cultivado para que cada vez
mais você acesse essa luz que está em você e a libere para uma vida de
significado.
Como consultora de desenvolvimento humano atuando há anos na área,
fico muito preocupada quando visito uma empresa que tem uma “cultura de
pasteurização humana”. O que é isso? – Aquela empresa que quer que todos
os seus colaboradores sejam iguais, nivelados em competências
comportamentais, de liderança, além das técnicas exigidas para a função.
E a autenticidade, onde fica neste cenário? Que dogma é este que tentam
implantar em algumas organizações?Dogma, que eu saiba é coisa de religião. Não pode ser aplicado nas empresas como forma de controle. E falando em controle, entramos agora numa outra questão importante. A da cultura de valores das organizações. Controle é um “valor limitante”. Muitas vezes ele não está descrito no marco filosófico da empresa (missão, visão e valores) que estão afixados nas paredes da empresa. E mesmo assim pode estar instalado na cultura de uma empresa. Controle sempre remete a medo. E medo do quê? De perder o controle quando se tem dezenas, centenas ou até milhares de colaboradores autênticos, talentosos, felizes? Que tipo de empresa seria construída, repleta de pessoas vivendo suas próprias personalidades? Os líderes estariam preparados para liderar/gerenciar essas pessoas? Medo de que? De criar empresas autênticas e únicas?
Certamente o mundo seria melhor se isto já estivesse acontecendo. O medo nas empresas acabaria.
Os colaboradores de uma empresa devem ter valores alinhados com a organização. Disso sim sou muito a favor. Porém, devem manter a essência pessoal viva.
Bill George, escritor, consultor e professor da Harvard Business School, muito admirado mundo afora, fala muito disto em suas obras. Os maiores líderes de toda a história humana foram autênticos. Fizeram aquilo que sabiam intimamente que tinham que fazer. Conheciam sua luz interior e não a perdia de vista. Seguiam sua fonte interior, e quando davam passos falsos, provavelmente é porque naquele momento haviam perdido a conexão/elo com esta fonte. Mas conseguiam retornar o caminho todas as vezes que se reconectavam.
Como conhecer minhas ferramentas únicas? O que é mais importante neste processo?
1. Conhecer seus sentimentos . Quando estiver fazendo alguma atividade e se perceber muito feliz, empolgado e motivado para aquela ação, você tem aí uma dica precisa.
2. Busque em sua lembrança coisas que você gostava muito de fazer na sua infância e que continua gostando, e que de alguma forma moldou esse jeito de fazer para os dias atuais, adaptando à sua realidade no trabalho, em sua casa, nas relações com os amigos e pessoas do seu convívio mais próximo.
Vou dar um exemplo: Quando eu era criança adorava brincar dentro de carros. Imaginava que estava viajando, indo a lugares diferentes, conhecendo coisas diferentes e pessoas diferentes. Me arrumava, pegava uma bolsa grande da minha mãe, entrava no carro e imaginava que estava indo para uma viagem inesperada. Como isso se adaptou à minha vida hoje? Todos os domingos fico excitada ao pensar que na segunda-feira começa uma nova aventura, um novo aprendizado. Estou sempre indo e vindo das empresas clientes, cada dia uma experiência diferente, cada dia uma cultura diferente. O cliente chama, pego meu carro e vou correndo (nem tanto…) atendê-lo e vivenciar aquele novo projeto, aquela nova entrega, aquele novo aprendizado. Todo mundo que me conhece fala que tenho muita energia e empolgação para atender clientes, com agilidade e alta mobilidade. Estas são algumas de minhas ferramentas e que aprendi a usá-las produtivamente a favor do meu trabalho e de minha missão de vida.
3. Terapia, coaching, participação em workshops de autoconhecimento – tudo isso pode ser muito bom para ajudar no processo e ajudá-lo a encontrar mais rapidamente estas ferramentas. Abertura para o mergulho interior também é essencial. Já vi muita gente fazer anos de coaching ou de terapia e continuar perdido, ou tentando imitar os outros.
4. Prestar atenção aos elogios que recebe. Se você recebe muitos elogios por algo que você faz ou que está desenvolvendo, é um excelente sinal. Isso mostra que ali tem algo que deve ser pesquisado e aprofundado no autoconhecimento. E se ao receber um elogio você tiver um impulso para dizer: – … mas foi tão fácil fazer! Não fiz esforço algum! Bingo. Aí existe um talento, ou ferramenta de luz que é sua. Cultive essa auto-investigação, que, certamente você vai encontrar dezenas de coisas que faz e que o resultado é parecido com este que descrevi.
5. Medite – a meditação é uma técnica que ajuda a limpar a mente, tranquiliza-la e levar você de volta a conexão interior. Quanto mais praticar, mas encontrará respostas para o caminho do seu eu interior.
6. E não desista facilmente. Até o último dia de vida estaremos aprendendo. A aprendizagem contínua é um valor que deve ser cultivado por todos os seres humanos. Isso fará com que você adquira mais conhecimento sobre coisas exteriores e interiores. Manterá sua mente refrigerada, ativa, e certamente os insigths para conhecer suas próprias ferramentas serão mais frequentes.
Cultivando essas práticas e outras tantas que você pode descobrir e que certamente também levarão a resultados importantes, logo mais você passará de uma existência pasteurizada para uma existência de satisfação e significado.
Boa caminhada e conexão com sua própria luz!
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