Acalma-te coração!
Não me fale de emoção.
Não me faça viver mais uma paixão.
Lembra-te que os momentos vividos
são como paisagens vistas da janela de um trem,
que corre pelos trilhos da vida.
As paisagens são os momentos que passam rápido
pela nossa janela, e vão ficando para trás,
cada vez mais distante, até sumir de vista.
Param pela estação do tempo,
e desembarcam na lembrança.
Aquieta-te coração!
Esquece as lembranças do passado.
Você já amou e se doou demais!
Já chorou, já sofreu e já perdeu sua paz!
Lembra-te que o amor que sentiste,
foi uma viagem feita de pés descalços,
pelos caminhos de pedra à beira do precipício.
Qualquer deslize, uma queda fatal!
Sentiste os espinhos da ilusão a ferir os teus pés,
O medo, a incerteza, a dúvida e a razão
te fizeram abandonar o caminho das pedras,
mas não te livraram das feridas dos espinhos
que deixaram marcas em você, coração.
Aprende a andar com os pés bem firmes no chão!
Sossega, coração!
Sou a razão da tua existência,
Sou tua dona, teu juízo, tua mente.
Lembra-te dos vôos que alçaste,
Quando eu te dei asas e te libertei.
Subiste até às alturas e chegaste ao céu.
Conheceste vastos horizontes
experimentaste toda a beleza e a ternura
de viver um grande amor.
Mas depois voltaste ferido, sangrando, e eu te curei.
Te cuidei com todo o meu carinho
e te fiz mais forte que antes,
mas não consegui te fazer independente.
Não deixaste de ser um eterno sonhador.
Autoria: Lisiê Silva
(Jan/2003)
(Todos os direitos autorais reservados à autora)
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