Eu sei…
Você, eu e todo mundo à nossa volta, uma vez ou outra, nos desentendemos com alguém de nosso convívio.
É, você sabe do que eu falo, aqui. Isso é normal. Desentendimentos são frutos da essência da individualidade. Tem que começar por aí, se você quiser que um dia haja entendimento.
Se você ainda não é alguém assim, certamente deve conhecer pessoas que sabem nutrir bons relacionamentos com facilidade. A diferença fundamental que constrói essas pessoas não está no fato de elas nunca se desentenderem com alguém.
Esse tipo de coisa não existe. Mesmo. Qualquer menção do tipo “eu nunca me desentendo com qualquer pessoa” é uma lenda urbana.
Se existe tal pessoa…
Então ela acabou de se desentender comigo.
Pronto. Tudo tem sua primeira vez!
Jogue com sua sorte. Quantos encontros você terá em sua vida com pessoas diferentes? Milhares. Possivelmente, dezenas ou até centenas de milhares.
Como controlar a ocorrência de desentendimentos eventuais?
Na prática: impossível.
O que pode ser perfeitamente controlado é o que acontece APÓS o fato.
Essa é a parte relevante.
Essa é a parte relevante.
É o que acontece depois que as pessoas se desentendem que produz como resultado alguns seres humanos que são especialmente infelizes e mal sucedidos em suas tentativas de, simplesmente, conviverem com outras pessoas.
Mas é isso que também faz outras pessoas serem *brilhantes* na construção de suas vidas com seus pares: seja dentro de casa, com amigos, em empresas e outros círculos sociais diversos, como clubes, vizinhanças, cultos religiosos e até mesmo em filas de supermercados e bancos.
Vai me dizer que você nunca se desentendeu com um caixa de um banco? Ou com um telefonista da sua operadora celular? Ou com alguém no trânsito? Ou com outra pessoa que estava na mesma fila que você?
Existem algumas pessoas bastante habilidosas
em resolver conflitos…
Outras, menos… Muito menos.
M-U-I-T-O menos.
Terrivelmente menos. Assim é a vida.
Essa habilidade não é nada que não se possa aprender, e como você já sabe, estou aqui exatamente pra contribuir e provocar você positivamente, pra que descubra isso em si mesmo(a)… Caso você ainda não tenha conquistado esse “dom”.
Aqui está um exemplo:
Muitas vezes algumas pessoas, ao serem contrariadas por amigos ou parentes, fazem avaliações sobre o caráter das outras pessoas.
“Não tem jeito… Aquela pessoa é má! É da natureza dela, mesmo!”
Ou então, outra capeã de audiência:
“Não acredito que minha tia/mãe/irmã/sobrinha etc
seja tão mau caráter assim!”
É, é… Parece infantil… E ainda assim, quantas vezes nós nos envolvemos todos os anos nesse tipo de ponderação?
Não minta pra mim… Se você nunca passa por isso, então não há necessidade de continuar lendo minhas palavras (nem essas, nem as futuras).
No entanto, culturalmente, nós herdamos essa tendência. Uma tendência impulsiva de ler a qualidade da personalidade de outras pessoas.
Vamos ver onde isso nos leva?
Vamos supor que isso fosse relamente legítimo, e que realmente algumas pessoas sejam “ruins”… E outras, “boas”.
Imagine alguém que realmente saiba reconhecer quando encontra uma pessoa de “má índole”. Imaginemos que ela, por qualquer aparato que o destino reservou a esta pessoa, realmente saiba diferenciar alguém bom de alguém ruim.
Nesse caso, seria também bastante interessante para todos os outros seres humanos aprenderem a reconhecer esse tipo de característica em outras pessoas.
Você não acha? Que bem faria…
…Se todos nós soubéssemos distinguir
alguém bom de alguém ruim na sociedade?
Imagine… Grandes “detetives de caráter”…
Essa pessoa “especialmente dotada” do poder incrível de reconhecer alguém de má índole seria super requisitada por outras pessoas que não têm a mesma capacidade de leitura de seres humanos.
Mágico!
No entanto, não conhecemos ninguém dessa extirpe.
Se você conhece, então eu preciso saber quem é… PRA ONTEM!
Ainda que haja tanta gente dizendo que “com certeza fulano é um mau caráter”, essa pessoa não é particularmente admirada pelas outras por desenvolver essa habilidade ou esse tipo de convicção.
A habilidade de falar sobre a qualidade do caráter de outras pessoas constitui o fenômeno cientificamente conhecido como:
FOFOCA!
(rsrsrsr… Ok, nem sempre… Às vez é um elogio. Nesse caso, desconsidere o que eu falei).
Eu e você sabemos que existem muitas e muitas pessoas que acreditam que “sabem” qualificar o caráter de outras pessoas.
Minha intuição diria que, se esse princípio fosse realmente possível, teríamos um bem enorme na sociedade, com certeza! A civilização seria perfeita se as pessoas “ruins” fossem, simplesmente, colocadas em uma espécie de “cantinho separado” – bem longe das pessoas boas.
E apesar da “hipótese” parecer particularmente útil, ela não se confirma. O resultado de termos tanta gente acreditando que pode qualificar a personalidade ou o caráter de outras pessoas é uma sociedade cheia de amargura, mágoas e decepções.
Pois então… Existiram alguns líderes realmente “brilhantes” que seguiram exatamente esse tipo de raciocínio… Ao pé da letra, inclusive.
Essas pessoas faziam manuais e discursos grandiosos para instruir seus admiradores a distinguirem pessoas “boas” de pessoas “ruins”.
Até onde sei, Hitler foi o mais exímio deles.
“A culpa é dos Judeus! Nós, os Arianos, temos o sangue puro!”
Obviamente, você não gosta do produto da liderança de Hitler.
Se gostar, então me conta o motivo. Eu sou um eterno curioso.
E provavelmente também não gosta da escravatura, do apartheid, do Ku Klux Klan e de tantos outros movimentos segregacionistas.
Pois bem. Segregação não é legal.
Segregação é ilegal. Mesmo.
Ainda assim, existe segregação acontecendo na sociedade. Dentro de escolas, de favelas, de governos e de qualquer grupo social, existem aqueles que acreditam saber perfeitamente reconhecer pessoas “boas” e pessoas “ruins”.
Ou então, diferenciar pessoas “dignas de consideração” daquelas “indignas” de consideração.
Verifique a quantidade de casos de crimes do colarinho branco todos os anos. Corrupções e desvios monumentais de verbas que deveriam ser destinadas na capacitação de seres humanos.
Verifique a quantidade de violência que acontece todos os dias nos lares.
Quando a “qualificação” de uma personalidade começa, é gerado um problema – possivelmente, por tempo indeterminado. As pessoas carregam aquelas “etiquetas” pelo resto de suas vidas…
…E apontam estas “etiquetas”
como espingardas para os seus alvos.
Na verdade, às vezes são espingardas reais.
Na prática, eu já ajudei vários clientes instruindo-os a serem mais cuidadosos ao qualificarem pessoas como boas ou ruins.
Não foram todos. Mas alguns, com certeza.
Por que isso não é bacana?
Seria porque nós precisamos ser “bonzinhos” com todo mundo e porque a vida é “cor-de-rosa”?
Longe disso. Meu nome não é Pollyana.
O motivo por trás dessa estratégia é o seguinte: existem pessoas que não suportam críticas.
Elas têm vergonha do que fazem, ou culpa ou qualquer outro sentimento “super útil” e que ajuda “pra caramba” (pra não dizer o contrário)… E tornam-se violentas ao menor sinal de críticas, porque sentem-se ameaçadas, em uma incrível dor e sofrimento.
A auto-estima dessas pessoas TENDE A ZERO. Mesmo quando elas dizem que se valorizam.
Aliás, não adianta tentar “arrancar à força” essas confissões… Muitas delas não admitiriam esses medos, culpas e vergonhas mais secretas nem por um decreto!
Outras, simplesmente, não sabem que é uma questão de imaturidade. Por isso, nunca admitiriam.
Estas são partes delas próprias que permanecem completamente escondidas do mundo, e muita gente morre sem ter revelado isso a ninguém.
(Eu acho que algumas pessoas vão tremer na base quando lerem essa última frase).
Ao mesmo passo, existem outras pessoas que não sabem dirigir críticas, e ao invés disso, dirigem insultos às pessoas que as desagradam.
Infelizmente, esse segundo grupo se acha “muito bom” pra admitir que perdeu completamente o simples costume da gentileza.
Essas pessoas ainda se sentem no maior “direito” de estarem certas! Ora, veja! Rsrsrsr…
A combinação da presença de insultos onde deveriam haver críticas construtivas dirigidos a pessoas que não estão prontas para receberem nem mesmo as críticas construtivas pode ser catastroficamente explosiva.
Faça-me um favor? Diga pras pessoas do seu convívio que fazem esse tipo de coisa que…
Não se qualifica pessoas como boas ou ruins.
Nem mesmo psicólogos ou psiquiatras têm esse poder, por mais que a gente veja vários psicólogos e psiquiatras fazendo isso noite e dia.
Existem alguns líderes religiosos que fazem… Mas prefiro me abster de emitir opiniões a respeito dessa prática dentro de templos que deveriam ser sagrados.
Certamente nem todos fazem isso… Apenas os menos habilidosos… E se você for um psicólogo ou psiquiatra que faz esse tipo de coisa, então eu não tenho o menor medo nem o pudor de lhe dizer abertamente que você pode até ser gente boa, mas está na hora de fazer uma reciclagem SIM.
Eu não vou defender minha classe: já vi coaches fazendo isso também. Eu mesmo já fiz, e de vez em quando sou forçado a me relembrar da lição (como agora).
Esse tipo de comportamento é o sinal de um desenvolvimento intelectual ainda infantil, e não de maturidade.
Essa prática insana é uma das maiores responsáveis pelas pessoas que andam se batendo, se chutando, se esfaqueando ou atirando umas nas outras.
Adultos lidam com as diferenças com calma, paciência e ouvidos.
Nota: eu sei que vai ter gente dizendo que eu sou “do mal” depois dessa. Não tem problema. Essa não será a primeira vez nem a última que eu sou qualificado por pessoas que não sabem lidar com desentendimentos.
Abraços fraternos e “fervorosos”, sem perder a ternura,
Rodrigo “o Rebelde” Santiago – Life Coach.
Rodrigo “o Rebelde” Santiago – Life Coach.
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