A cura do corpo e do espírito esteve no
centro da alocução do Santo Padre neste domingo, que falou aos fiéis e
peregrinos presentes na Praça São, vindos para a oração mariana do
Angelus. Bento XVI trouxe a narrativa de Marcos sobre duas curas
milagrosas que Jesus realizou para duas mulheres, ressaltando como a fé é
a nossa cura.
Os dois episódios narrados pelo
evangelista falam da cura da filha de um dos chefes da sinagoga e de uma
mulher que sofria de hemorragia.
No primeiro, Jesus recebe a notícia de
que a filha de Jairo está morta, leva o homem até onde está o corpo da
criança, dizendo-lhe para que não tenha medo, apenas fé. Chegando onde
ela estava, Jesus diz: “Menina, eu te digo: levanta-te!” (v.41). Ela
levantou e começou a caminhar. O Santo Padre comentou o episódio,
destacando o que disse São Jerônimo sobre o mesmo, ou seja, “menina,
levanta-te por mim, não por mérito teu, mas pela minha graça”. Aqui se
destaca a potência salvífica de Jesus.
Sobre o segundo episódio, o Papa disse:
“Esse episódio coloca novamente em
evidência como Jesus tenha vindo para liberar o ser humano na sua
totalidade. De fato, o milagre desenvolve-se em duas fases: primeiro se
dá a cura física, mas ela está estritamente ligada a uma cura mais
profunda, aquela que dá a graça de Deus a quem se abre a Ele com fé”.
E o Papa retoma: “Jesus disse à mulher:
‘filha, a tua fé salvou-te. Vai em paz e sejas curada do teu mal’ (MC
5,34)”. “Essas duas narrativas de cura são, para nós, um convite a
superarmos uma visão puramente horizontal e materialista da vida. A Deus
nós pedimos tantas curas de problemas, de necessidades concretas, e é
justo que seja assim, mas aquilo que devemos pedir com insistência é uma
fé sempre maior, para que o Senhor renove a nossa vida, e uma firme
confiança no seu amor, na sua providência, que não nos abandona”.
O Santo Padre lembrou então da
importância das pessoas que dedicam suas vidas a cuidar da saúde dos que
estão doentes, “que os ajudam a levar a sua cruz”, chamando-os de
“reservatórios de amor”. São pessoas que, conforme ressaltou Bento XVI,
precisam de uma forte formação profissional, mas também, “e
principalmente – disse o Papa -, uma formação de coração”. “É preciso
conduzi-los ao encontro com Deus que suscite neles o amor e abra a sua
alma ao próximo”.
Após a sua alocução, o Papa conduziu a
oração mariana do Angelus e saudou a todos os presentes nas suas
diversas línguas. Dirigiu uma saudação especialmente aos brasileiros e
concedeu a todos a sua Bênção Apostólica.