segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Você dá demais e recebe de menos? - Por Rosana Braga

Vive com aquela sensação de que está sempre disponível quando precisam de você, sempre dá atenção, oferece sua ajuda, é bacana, mas... quando é você quem precisa de algo, dificilmente encontra reciprocidade? 
E nos relacionamentos, então? Parece que é sempre você quem tem de ir atrás, procurar, agradar, tentar marcar algo? E fica a impressão de que se você não fizer nada, não ligar, nada vai acontecer? 
Em primeiro lugar, é bom esclarecer que não existe um aparelho para medir quem faz mais numa relação. Aliás, a intenção nem deve ser esta, já que não se trata de competição e sim de entrega, cumplicidade, vontade! Depois, vale lembrar também que o objetivo não é igualar comportamentos ou maneiras de se envolver. Cada um tem seu jeito e se doa de um modo particular. São essas diferenças que, em geral, muito enriquecem a relação. 
Em última instância, não se trata de exigir garantia de retorno ou, como se diz no popular, “só fazer por interesse”. No entanto, a questão é: se você vive fazendo, doando e se oferecendo para sustentar a relação, vai chegar uma hora em que essa dinâmica vai pesar. E você vai se sentir cansado, exausto, com a sensação de que está carregando sozinho o que deveria ser carregado a dois. É evidente que há um desequilíbrio aí! 
Bom, este deve ser considerado um momento fantástico: aquele em que você se sente incomodado, frustrado e decide que não quer mais! Que assim não dá! É hora de mudar, fazer diferente! E preciso explicar sobre fazer diferente porque, por incrível que pareça, tem gente que deseja obter novos resultados e, ainda assim, continua tendo as mesmas atitudes de antes. Ou seja, ela mesma não muda, mas quer que os acontecimentos mudem! 
Isso significa que de nada vai adiantar você ficar cobrando uma postura diferente das pessoas com quem se relaciona, seja no trabalho, com os amigos ou com a pessoa amada. Se você não está satisfeito com os resultados que vem obtendo com essas pessoas, mude você. Seja diferente você! Até porque, no final das contas, mudar a si mesmo é a única mudança possível. Ninguém muda o outro! 
Um ótimo começo é ganhar consciência de seus atos, de suas escolhas e do modo como você se comporta em suas relações. Muito provavelmente, se o outro não se mexe, é porque você se mexe antes, se mexe muito, se mexe rápido demais. Se o outro está acomodado, só no “venha a nós”, certamente você está se precipitando e o deixando mal acostumado. 
O exercício é o seguinte: a partir de agora, você vai observar seu próprio comportamento e não vai oferecer, fazer ou ajudar ninguém sem que seja solicitado. Nada de tentar ser o queridinho, o indispensável, o faz-tudo. Fique quietinho e espere ser chamado. E, ainda assim, preste atenção! Quando alguém te pedir algo, antes de dizer rapidamente que “sim, claro”, questione-se: você quer realmente fazer isso? Pode fazer? Tem tempo? Se houver qualquer dificuldade ou falta de vontade de sua parte, respeite-se... e diga que sente muito, mas que desta vez não vai poder ajudar. 
A ideia é aprender a valorizar a si mesmo, aprender a respeitar suas vontades e, antes, aprender a reconhecê-las. É ganhar consciência de si e de seu lugar no mundo e nas relações. É perceber o quanto você é bacana e merece ser bem tratado, assim como muito bem trata quem você ama.  
E lembre-se: quando sua ajuda é fácil demais, simples demais, sempre disponível, a tendência é que pareça ao outro, mesmo não sendo proposital, exatamente assim: fácil, simples e aos montes. Mais ou menos como a lei da oferta e da procura: se tem muito, é barato e, em alguns casos, até desvalorizado; se tem pouco, é caro, é valioso. Eu partiria do princípio de que você, meu caro, tem valor! E você? 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Por que o outro some assim, do nada? - Por Rosana Braga

Você conhece alguém, troca mensagens com esta pessoa, falam-se ao telefone e até saem algumas vezes juntos. Tudo te leva a crer que este encontro promete um prolongamento, uma concretização, um final feliz. 
Empolgação, investimento, foco, alegria... e você realmente começa a acreditar que, desta vez, vai ser diferente! Porém, de repente, não mais que de repente, o ser humano desaparece! Assim mesmo, do nada, sem deixar recado ou ao menos dizer um “fui”. 
Você fica se perguntando o que houve, se fez algo errado, se forçou a barra, viajou na maionese ou algo neste sentido... Mas, não! Não encontra nenhum motivo que justifique atitude tão paradoxal – o tal sumiço. 
Chega a se questionar sobre a possibilidade de o sujeito ter sido abduzido, ter perdido a voz ou sofrido algum tipo de amnésia, mas logo se dá conta de que tudo isso é muito, muito pouco provável.  
E sua mente não para de raciocinar! Você diz a si mesmo: bem, qualquer pessoa com o mínimo de noção de educação deveria saber que se toda frase merece um ponto final ou ao menos reticências, o que dirá um relacionamento, por mais recém-nascido que seja. 
E você tem razão: o fato é que são raras as vezes em que a “saída à francesa” é a melhor escolha! Portanto, é bem possível que este não seja o caso e que sua angústia diante do sumiço do outro faça sentido! 
No entanto, por mais que seja compreensível esse sentimento, nada justifica o prolongamento indefinido dele. Ou seja, se você estava se relacionando com alguém que, do nada, desapareceu, sugiro que tente, sim, fazer contato, verificar se está tudo bem. Mas se não obteve retorno, o melhor que tem a fazer é esquecer esta história! 
A simples decisão da pessoa de sumir deve servir para te mostrar que, em última instância, não faria sentido continuar investindo na relação. O que tinha de ser, já foi! E o que não foi, não era pra ser. Simples assim. E qualquer conclusão diferente desta só vai fazer você se afogar num sem-fim de perguntas para as quais não encontrará as respostas.
Portanto, seja inteligente e, sobretudo, razoável consigo mesmo. Não se maltrate e nem permita que a falta de consideração de alguém preencha seus dias com lamentos e sensação de rejeição. Cada um tem suas razões e, por mais amargo que seja admitir, talvez esta pessoa simplesmente não saiba te contar quais são as dela... 
No final das contas, pode apostar que se ficou algo importante a ser dito, algum dia ela vai dar um jeito de fazê-lo. Senão, lembre-se: para quem tem a autoestima em dia, um silêncio como este deve se transformar no mais perfeito “já foi tarde”!

sábado, 15 de outubro de 2011

Como libertar-se das angústias do passado - por Miguel Lucas

Cada um de nós comporta em si a sua história, composta por tudo o que vivemos até ao dia de hoje. Inevitavelmente muitas dos acontecimentos são esquecidos, quer bons e menos bons. No entanto, existem eventos da nossa vida que são mais marcantes, influenciando as nossas acções e decisões do dia a dia. Em psicologia, podemos chamar isso de condicionamento. Agimos, emitindo um determinado padrão de comportamento que é altamente influenciado por acontecimentos marcantes (usualmente de cariz emocional), ambos, positivos e negativos. Evidentemente, que os acontecimentos marcantes negativos geram-nos algum tipo de dor emocional, normalmente traduzido no sentimento de angústia. Viaje comigo até ao seu passado e aprenda a liberta-se das angústias que teimam em paralisar a sua vida.
deixar passado para trás

MUDAR O PASSADO

Quero neste artigo transmitir-lhe a mensagem que existe a possibilidade de poder mudar o significado do seu passado, do presente e do futuro. O presente e o futuro, até pode ser razoável, provavelmente pensa você. Mas o passado? Como é que podemos mudar algo que ocorreu?
Há onze anos atrás li um livro: Como construir uma máquina do tempo, do autor Paul Davies. Numa manhã ao pequeno almoço, lembrei-me de colocar uma questão ao meu filho, na altura com cinco anos. “Filho como é que achas que podíamos viajar no tempo?” Surpreendentemente ele responde: “Através da memória”. Nesse exato momento, o meu filho fez-me quebrar o padrão mental que me fazia estar focado apenas na possibilidade externa, tipo máquina do tempo. A partir desse dia, essa ideia fez-me pensar no assunto do ponto de vista da psicologia. E é, de acordo com esta perspetiva de podermos aceder ao passado através do mecanismo da memória, que vos apresento a possibilidade real de podermos mudar o significado do nosso passado.
O passado o presente e o futuro, relacionam-se de forma intrínseca num só tempo, no aqui e agora. Mudar o presente, à primeira vista é a tarefa que nos parece ser mais viável, fácil e acessível de podermos executar. Nada podia estar mais longe da verdade. De um ponto de vista operacional, e dado que os três momentos estão intrinsecamente ligados, todos, inevitavelmente são mudados no exato momento em que se estabelece algum tipo de mudança.
Passo a explicar: alterando o significado dos eventos passados, automaticamente estes têm impacto no momento presente e permitem projetar-nos no futuro. Sendo que esse futuro em possibilidade, é estruturado pela ideia que temos dele no momento presente. Por sua vez, a ideia que temos no presente momento sofre influências oriundas do nosso passado.
Dica: Passado, presente e futuro, são exatamente o mesmo tempo. Aqui e agora!

CONDICIONADOS DE FORMA DRAMÁTICA PELO PASSADO

Ficarmos demasiado condicionados pelo passado, conduz-nos na grande maioria da vezes a padrões cíclicos de vitimização e dificuldades em iniciar novos desafios na vida. Por vezes, geram-se medos, cristalizam-se formas rígidas de pensamento, caminhamos na vida com demasiados mecanismos de defesa e em estados de alerta disfuncionais. Tornamo-nos especialistas na deteção do perigo, e onde e como podemos ser magoados. Tudo isto poderia encaixar-se perfeitamente com naturalidade não fosse o terrível incómodo causado por essa forma desajustada de viver a vida.
Certamente, alguns acontecimentos do passado deixam marcas profundas, infligem sofrimento, dor, aflição, tristeza, pesar. E alguns desses estados emocionais, fizeram-nos adaptar de forma mais funcional à nova realidade. Permitiram que nos movimentássemos, que fizéssemos coisas na tentativa de atingir novamente um estado de equilíbrio emocional. Quando conseguimos ter essa atitude positiva, vemos o benefício a emergir do sofrimento e da dificuldade. Mas, provavelmente todos nós em algum período da nossa vida não conseguimos fazer este exercício de deixar ir o passado, de conseguir retirar um saldo positivo dos acontecimentos. Perante este cenário encontramo-nos paralisados pelo passado. Encontramo-nos tremendamente condicionados de forma dramática pelo passado. E isto é castrador!

COMO O PASSADO PODE SER MUDADO?

Como já referi, nós podemos viajar até ao nosso passado através da nossa memória, reestruturar o significado de alguns eventos negativos e traumáticos e consequentemente encontrar uma forma de criar valor a partir desses eventos, que até à data entendíamos como prejudiciais.
Dica: Se podemos realmente utilizar eventos passados que podem ter sido traumáticos ​​como trampolim para o nosso crescimento e desenvolvimento pessoal, reinterpretando-os em acontecimentos positivos, nós podemos libertar-nos da dor associada às memórias que temos deles. E isto é libertador!
A grande maioria da pessoas, que têm na sua história de vida acontecimentos que os prejudicaram, maltrataram ou que passaram por grandes dificuldades ou situações arrebatadoras que tenham provocando choques do ego, passam por momentos de angústia sempre que isso vem à sua memória, condicionando-lhe inevitavelmente as suas atitudes e ações. Se percebermos que podemos mudar o significado, que podemos libertar-nos dessa carga negativa, demos o primeiro passo para uma viagem reestruturante.

Tal como já referi anteriormente, leve em consideração que para mudar a sua história, seja ela passado, presente ou futuro, a única possibilidade é fazê-lo no momento presente.
Como podemos então  libertar-nos do passado?
Podemos usar o passado como combustível para o crescimento no presente. Se quando pensamos num evento do nosso passado e ele continua a ser doloroso, devemos compreender que a dor é uma indicação de que temos problemas inacabados, não com quem ou com o que estava envolvido no evento em si, mas connosco mesmos. Talvez alguém o tenha ferido. Talvez alguém o tenha traído. Talvez tenha feito uma escolha errada, com base no seu medo ou raiva e que agora lamenta.
Perder tempo em recriminações ou desejando que pudesse voltar atrás no tempo para mudar o que aconteceu, não é uma estratégia capacitadora e realista. Aquilo que pode ser verdadeiramente eficaz e exequível é encontrar uma maneira de transformar essa mágoa ou arrependimento num catalisador para o crescimento pessoal e avançar a partir de hoje. Se você conseguir realmente pensar sobre o passado desta maneira, vá até lá, faça essa viagem por si mesmo. Em vez de pensar nos traumas dolorosos uma e outra vez, que só lhe provocam angústia e incapacidade, olhe para os acontecimentos como uma oportunidade para fortalecer-se e seguir em frente.

VIAJAR  AO PASSADO E MUDAR O SEU SIGNIFICADO

Entre na sua máquina do tempo (aceda à sua memória) accione a sua consciência, ligue os seus sentimentos e ative a sua percepção, a viagem vai começar. Remeta-se para um acontecimento passado que lhe cause angústia, perceba em que estado se encontra (de incapacidade, de vitimização, com sentimentos negativos, dor emocional, desesperançado, humilhado, com sentimento de culpa), pare um pouco nessas imagens e reflita sobre isso.  Sinta o que lhe está a acontecer no corpo, que sentimentos estão a ser gerados no momento presente. Com esse sentimento em mente, tente perceber o que é que isso influencia a sua vida. O que é que esses sentimentos relacionados com o passado condicionam o seu presente, os seus projetos de vida, as sua ações, as suas atitudes, as suas escolhas?
Tente perceber o quando o seu passado o está a travar, o impede de libertar-se e viver a vida que deseja, sem entraves, sem remorsos, sem sentimento de culpa, sem vitimizações, sem rancores, sem lamechismo. Entenda que tipo de manifestações, que tipo de padrão mental foi construído com base nos acontecimentos passados. Entenda em que medida a sua vida mudaria para melhor se conseguir atribuir um significado mais capacitador aquilo que o impede de seguir o que deseja? Observe até que ponto a sua experiência passada de negatividade lhe pode servir para potenciar o presente?
Para aprofundar o assunto, pondere ler o artigo: Estrutura mental positiva, o elixir da felicidade

EXERCÍCIO PRÁTICO: Deixar ir o passado

Se já conseguiu viajar até ao seu passado e eventualmente reatribuir-lhe um outro significado, agora bem mais capacitador, mas ainda assim sente que continua relativamente condicionado, pode através do exercício que lhe proponho a seguir, reforçar essa libertação. Para que essa libertação aconteça, deve agora pegar nas suas emoções e sentimentos que transporta consigo no seu dia a dia e lhe afetam o seu estado emocional e colocá-las longe de si, até ao ponto de desapareceram.
Para ajudá-lo a liberta-se das angústias do seu passado, proponho que pratique um exercício mental. É um exercício imagético que emparelha técnicas de relaxamento, com a respiração e ainda técnicas imaginadas de descondicionamento. Este exercício deve ser executado de preferência de olhos fechados, sentado numa cadeira ou sofá confortáveis e com as mãos e antebraços apoiados nos joelhos.

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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Salmo 92 - Hino de Gratidão a Deus.



Bom é render graças ao SENHOR e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo,
anunciar de manhã a tua misericórdia e, durante as noites, a tua fidelidade,
com instrumentos de dez cordas, com saltério e com a solenidade da harpa.
Pois me alegraste, SENHOR, com os teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos.
Quão grandes, SENHOR, são as tuas obras! Os teus pensamentos, que profundos!
O inepto não compreende, e o estulto não percebe isto:
ainda que os ímpios brotam como a erva, e florescem todos os que praticam a iniqüidade, nada obstante, serão destruídos para sempre;
tu, porém, SENHOR, és o Altíssimo eternamente.
Eis que os teus inimigos, SENHOR, eis que os teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os que praticam a iniqüidade.
Porém tu exaltas o meu poder como o do boi selvagem; derramas sobre mim o óleo fresco.
Os meus olhos vêem com alegria os inimigos que me espreitam, e os meus ouvidos se satisfazem em ouvir dos malfeitores que contra mim se levantam.
O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano.
Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus.
Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor,
para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.

Como a cultura organizacional afeta seu crescimento profissional

Como a cultura da empresa afeta seu crescimento profissional? "Cada empresa está baseada em um tipo de cultura organizacional e...